[vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_column_text]

Análise de dados

[/vc_column_text][vc_separator color=”custom” accent_color=”#3a2e87″][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]

A HISTÓRIA DA DESIGUALDADE

EM GRÁFICOS 

[/vc_column_text][vc_column_text]

Por Gretchen Gavett

[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Seja entre países, empresas, funcionários ou gêneros, a desigualdade econômica é uma das questões decisivas atualmente. O que isso significa exatamente? Os economistas concordam que não é um problema monolítico, com uma única causa e resultado. Ao contrário, a desigualdade deveria ser vista pela lente multifocal de que todos nós temos um papel a desempenhar na formulação de nosso mundo. Para entender melhor a desigualdade de renda, a HBR pediu a economistas renomados que partilhassem uma visualização emblemática dos dados da questão que eles consideram mais instigante. Apresentamos a seguir sete gráficos que abrangem mudanças globais, educação e gênero, até o papel das corporações que, segundo eles, descrevem a desigualdade no mundo atual.

 

 BRANKO MILANOVIC, do núcleo básico do Stone Center sobre Socio-Economic Inequality, da City University of New York, e ex-economista chefe do grupo de pesquisa do Banco Mundial.

MILANOVIC: O período de meados da década de 1980 até hoje foi o primeiro, nos últimos 200 anos, em que a desigualdade global diminuiu. Nesse período ocorreu a maior reorganização de renda pessoal desde a Revolução Industrial. O gráfico, às vezes chamado de “gráfico elefante”, mostra que os “vencedores” dessa reorganização são a classe média e a classe alta de países relativamente pobres da Ásia e o 1% do topo global. Os “perdedores” (relativos) são as partes mais baixas e médias das distribuições de renda dos países ricos. Entre os que perderam terreno para a globalização, isso pode significar que ela produziu
um mundo mais desigual — mesmo que, objetivamente, não tenha. Por isso, esses mesmos
fatos que são globalmente auspiciosos podem provocar uma reviravolta doméstica, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.   

 

HEATHER BOUSHEY, diretora executiva e economista chefe do Washington Center for Equitable Growth.

BOUSHEY: Nos últimos 50 anos, uma parcela impressionante do crescimento econômico foi parar nas mãos dos mais ricos, enquanto a melhoria no padrão de vida da classe média e da classe trabalhadora foi praticamente zero. O gráfico de Thomas Piketty, Emmanuel Saez e Gabriel Zucman é instigante porque contabiliza, pela primeira vez, a distribuição
do crescimento econômico — quanto do que a economia dos Estados Unidos produz está sendo embolsado por quem.

THOMAS PIKETTY, professor da EHESS, em Paris, e da Paris School of Economics e autor de O Capital no século XXI.

PIKETTY: Este resumo espetacular do crescimento da desigualdade nos Estados Unidos mostra que os assalariados do topo e os da base praticamente mudaram de posição desde o início da década de 1960. Os 50% da base de assalariados adultos costumavam ganhar
praticamente 20% da renda total. Em 2014, eles ganharam somente 12,5%. Nesse meio-tempo, a parcela de renda do 1% de assalariados do topo aumentou de 11% para 20%.

 DAVID AUTOR, professor e diretor associado do Departamento de Economia do MIT.

AUTOR: Os assalariados com nível de escolaridade superior ganham mais que os que têm diploma de ensino médio ou de nível menor. No entanto, essa vantagem salarial decorre não só do aumento nos ganhos reais das pessoas com nível mais alto de escolaridade. Ela decorre também da redução nos ganhos reais de empregados sem nível universitário.
Nos Estados Unidos, entre 1980 e 2012 o salário real por hora dos homens com nível universitário que trabalhavam em tempo integral aumentou de 20% para 56% anualmente, e os maiores ganhos foram acumulados por homens com pós-graduação. No mesmo período, o salário dos homens com nível de escolaridade mais baixo foi substancialmente
reduzido — em 22% entre os que não concluíram o ensino médio e 11% entre aqueles
com ensino médio completo. O gap na escolaridade foi menos pronunciado para as mulheres, mas o crescimento dos ganhos reais entre mulheres sem nenhuma educação universitária ainda foi extremamente modesto no mesmo período.  

CLAUDIA GOLDIN, professora de economia da Harvard University, membro da Academia Nacional de Ciências e diretora de desenvolvimento do Programa Americano de Economia do Bureau Nacional de Pesquisa Econômica (NBER).

GOLDIN: Este gráfico fascinante mostra a razão (logarítmica) de salários anuais de homens e mulheres por tipo de ocupação. As ocupações em negócio têm as razões mais baixas, enquanto tecnologia e ciências têm as mais altas. Minha pesquisa mostra que os funcionários dos setores corporativos e financeiros são mais prejudicados do que os de outras áreas por não estarem disponíveis em determinadas horas e por se ausentarem, mesmo por períodos curtos. Na verdade, em geral as diferenças de salário por gênero não são causadas pelo número menor de horas trabalhadas, mas pela necessidade crescente de flexibilidade de tempo.

NICHOLAS BLOOM, professor de economia de Stanford, membro sênior do Instituto de Pesquisa de Políticas Econômicas de Stanford e codiretor do Programa de Produtividade, Inovação e Empreendedorismo do Bureau Nacional de Pesquisa Econômica.

BLOOM: A maior parte do debate público sobre desigualdade de renda foca no aumento do gap entre os assalariados do topo e os demais, mas a pesquisa sugere que o verdadeiro motivador da desigualdade são os gaps de salário entre as empresas. Nas empresas que empregam pessoas no topo da distribuição de renda os salários médios aumentaram rapidamente, enquanto nas empresas que empregam pessoas nos percentis de renda mais baixa os salários médios aumentaram muito menos. Isso significa que políticas que visam reduzir o gap somente entre pessoas podem ser ineficazes.

MELISSA KEARNEY, professora de economia da University of Maryland, pesquisadora associada do Bureau Nacional de Pesquisa Econômica e membro sênior não residente da Brookings Institution.

KEARNEY: O gráfico mostra que entre meninos de baixo nível socioeconômico (definido como meninos com mãe sem curso médio completo), aqueles que vivem em estados dos EUA onde há alta desigualdade de renda estão mais
propensos a abandonar o ensino médio que aqueles em estados com menor desigualdade. Esse resultado é surpreendente e extremamente importante por três motivos. Primeiro, ele sugere que há uma relação perniciosa entre ser criado em lar com baixo nível socioeconômico e viver num estado de alta desigualdade de renda. Segundo, ele implica que, em média, o nível mais alto de desigualdade não estimula os garotos em situação socioeconômica desvantajosa a progredir e permanecer na escola. Ao contrário, parece ter efeito oposto. Terceiro, ele sugere que taxas de desigualdade de renda mais altas podem impedir a ascensão social.[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text][/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text][/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row]